Festa S. Estevão (festa dos caretos)
Em Torre de Dona Chama a festa em honra de Santo Estevão inicia-se no dia 24 de novembro, dia de Santa Catarina. É nesta altura que é feito um peditório, chefiado pelos mordomos durante o cortejo estes fazem-se acompanhar de música “Bombos”, que visa angariar fundos para a realização da festa. Os caretos marcam presença, fazendo um peditório para si mesmo. Os mordomos dividem-se em dois grupos, sendo um constituído por jovens solteiros e outros por homens casados: um dos grupos exerce a função religiosa e o outro atua na esfera do profano. São representativos de grupos opostos – Caretos e caçadores, que no final da festa simulam uma luta, entre Cristãos e Mouros. Os cristãos são os “mordomos e os caçadores”, os mouros são os “caretos e as mouriscas”.
25 de Dezembro
Nesta noite, lançam-se os “jogos á praça” num cortejo, durante o qual os jovens param em frente de cada casa onde existe uma pessoa visada na crítica. Os jovens avisam a pessoa de que no dia seguinte deverá participar neste momento por ordem de “El-rei”. A cada pessoa é atribuída uma característica, nomeada conhecida de todos, que no dia seguinte pela manhã será levada á rua. Nesta noite efectua-se também o roubo dos burros. Estes animais são “roubados” aos seus donos durante a festa. Depois do roubo dirigem-se á fogueira juntando-se ao resto da população que lá se encontra. Sendo que a fogueira é feita num largo da localidade. O convívio entre a população prolonga-se pela noite fora, bem como numa espécie de cortejo no qual várias crianças levam consigo vários chocalhos e representam uma espécie de rebanho, seguindo um homem que faz papel pastor. Sendo que todos recebem fumeiro, dinheiro e vinho.
Ao longo de toda a noite ocorrem cavalgadas pelas ruas que duram até á manhã seguinte, quem as efectua vai comendo e bebendo para se manterem acordados e representarem episódios caricatos.
26 de Dezembro
De manhã bem cedo é a chamada “ciganada”, pequena encenação burlesca, feita pelos rapazes que fingem vender os burros roubados na noite anterior. Esta cena é acompanhada ao som dos bombos e caixas, quando rompe a manhã os caretos juntam-se a estes momentos contribuindo com as suas actuações. A estes juntam-se também as “madames”, homens que se mascaram de mulheres e mulheres que se mascaram de homens e que fazem de tudo para não serem reconhecidos chegando mesmo a tapar o rosto com rendas.
No início da tarde é celebrada a missa em honra de Santo Estevão, onde vamos encontrar figuras, sendo elas o Rei Mouro, um jovem que se encontra junto ao altar-mor e acompanhado por três mouriscas de cada lado. Atrás destas ficam os mordomos e os caçadores, e três destes ficam a entrada da Igreja disparando armas de fogo nos momentos certos. De seguida é feita a bênção do pão que posteriormente irá ser usado para efeitos curativos, o que faz com que seja usado quando os animais se encontram doentes.
Para finalizar a festa segue-se o cortejo da mourisca, isto é, os dois grupos rivais caçadores e mouriscas que simulam uma disputa entre si. Vão lutando enquanto percorrem a localidade, e o primeiro grupo tenta atingir o castelo que pertence ao Rei Mouro queimando a mourisca. De seguida sai um mascarado coberto de pele de animal e com dois chifres na cabeça espalhando cinzas para afugentar toda a população presente. Para terminar a festa é feita uma última ronda pela Vila realizada pelo grupo vencedor disparando um tiro em frente a cada casa.
Octávio Andrade
Festas
S. Brás - 3 de Fevereiro
Divino Senhor dos Passos - 2º fim-de-semana de Agosto
Senhor dos Aflitos - 14 de Setembro
Santo Estevão - 25 e 26 de Dezembro
Romarias
Dia de S. António - 13 de Junho
Dia de S. João - 24 de Junho
Dia de S. Pedro - 29 de Junho